Bicicletários Imaginários: Lágrimas de Obirici...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Lágrimas de Obirici...



...monumento junto ao Viaduto Obirici, situado no bairro Passo da Areia.



Saiba um pouco mais sobre a Índia Obirici...

Antigamente, o território onde foi erguida Porto Alegre era ocupado por duas tribos indígenas: Tapiaçu, que ocupava o cume do Morro Santa Tereza; e Tapimirim, que  se situava às margens do atual rio Gravataí.

Conta a lenda que Obirici, a filha predileta do cacique dos Tapimirim, teria se apaixonado e morrido de amor por Upatã, filho mais velho do cacique da tribo Tapiaçu. Todavia, outra índia também se apaixonara pelo guerreiro. A sorte foi então decidida numa competição de arco e flecha, cuja vencedora desposaria Upatã. Muito nervosa, Obirici teria errado o alvo e, em decorrência, perdido sua grande paixão. Teria saído, então, a caminhar por uma grande planície arenosa, onde hoje se situa o bairro Passo da Areia. Cansada, teria se sentado embaixo de uma figueira e ali ficado chorando. Em meio a preces e lágrimas, teria pedido com os braços erguidos ao céu que o deus Tupã viesse buscá-la.  Teria morrido, assim, de amores por Upatã. Das lágrimas, teria se formado um pequeno riacho, que corria sobre a areia, entre colinas e vales, árvores e plantas. Por isso, as mulheres indígenas que perdiam seus maridos em batalhas buscavam consolo nas "lágrimas de Obirici".

A lenda, registrada pelo escritor José Antônio do Vale Caldre e Fião, era recitada por um velho índio guarani, chamado Vicente, que teria fugido de um dos Sete Povos das Missões, logo após o final da Guerra Guaranítica, ocorrido em 1756.  Em Porto Alegre, que recém estava recebendo seus primeiros habitantes, teria se instalado na área em que atualmente fica o Viaduto Loureiro da Silva.

A estátua em homenagem à índia Obirici foi inaugurada em 13/03/1975, quando o prefeito da época, Telmo Thompson Flores, inaugurou o viaduto no cruzamento das avenidas Plinio Brasil Milano e Brasiliano Índio de Moraes. A escultura foi modelada pelo artista Mário Arjonas e projetada por Nelson Boeira Fairich.

[fonte: revista Viva no Sul, Ano 3, Novembro de 2000, p. 10-11]


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