Bicicletários Imaginários: Depois de um casório...

domingo, 20 de janeiro de 2013

Depois de um casório...

...na Igreja São João Batista, Rua Honório Silveira Dias, Bairro São João. 

 
 Em suas grades convidativas!!!  


 Saiba um pouco mais... 

A Igreja de São João Batista serve ao bairro homônimo há 83 anos. É um marco referencial na cidade de Porto Alegre, pois, além de ter sido fundamental para o surgimento de um bairro, é o templo que determina onde começam as avenidas que se confundem Assis Brasil e Benjamin Constant. A torre sineira com 32m de altura se destaca imponente na paisagem do bairro como a maior obra de alvenaria podendo ser vista até mesmo do aeroporto. A Igreja São João Batista é testemunha de toda a evolução da região: viu a pavimentação das ruas, as diligências serem trocadas pelos bondes e esses pelos ônibus, as chácaras que estavam ao seu redor serem extintas assim como a demolição dos sobrados e casarões. O arrabalde de São João era um conglomerado de chácaras que se alinhavam ao caminho do Passo d'Areia (atual Av. Benjamin Constant), e era habitado por ilhéus e seus descendestes vindos dos Açores em Portugal, imigrantes alemães e principalmente italianos.

As movimentações para a criação de uma comunidade religiosa deu-se ainda em 1870.

Clara e Felicidade Maria da Silva, conhecidas pela alcunha de “irmãs fumaça” foram as responsáveis pelo surgimento do Bairro São João, pois, sendo elas proprietárias das terras abaixo da colina do Higienópolis, doaram o terreno e pediram autorização para o bispo para construir uma capela para o santo de sua devoção: São João Batista. No entorno dessa capela, surgiu, então o bairro do mesmo nome.

A pequena capela de São João foi construída em cima de uma pequena pedreira cujas pedras foram utilizadas para a construção do atual templo. A Capela foi concluída em 1874. Em 29 de dezembro 1916 é criado o curado de São João Batista do Passo d'Areia, por ato do Arcebispo de Porto Alegre Dom João Becker, que em 27 de janeiro de 1917 concedeu provisão ao primeiro cura, o padre Cleto Benvegnú e em 28 de junho de 1919 torna-se finalmente Paróquia saindo do curato Nossa Senhora dos Navegantes, cabendo então a Paróquia São João Batista a jurisdição sobre todas as demais capelas da zona norte.

Em 14 de janeiro de 1923 foi lançada a pedra fundamental para a construção de um novo templo, idealizado pelo padre Cleto, fundador da paróquia e foi projetada por Augusto Sartori. A missa inaugural da matriz de São João aconteceu em 21 de fevereiro de 1926, ainda não estava terminada, mas já tinha a nave central e o presbitério, o que possibilitava a realização de missas.

A capela primitiva construída pelas irmãs Clara e Felicidade resistiu à matriz servindo como sala de aula de catequese e dos primórdios do Ginásio Santa Terezinha até 1931.

O templo foi finalizado muito tempo depois de sua inauguração, sendo que em 1926 apenas metade de todo corpo da nave estava pronto. Na década de 60 a torre sineira ainda estava incompleta faltando o corpo do óculo onde se encontram os sinos. Arquitetonicamente o templo é eclético, misturando diversos estilos, porém nítida é a predominância do neo-românico.

Desde a sua inauguração o interior sempre foi muito requintado, colocando a matriz de São João entre as mais belas igrejas da cidade. Sua planta é em cruz como as tradicionais igrejas de Roma, possuía um belo retábulo em madeira e dois altares laterais muito bem esculpidos dedicados aos co-padroeiros Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora do Rosário e ainda, um púlpito, completando o conjunto.

Suas paredes apresentavam inicialmente detalhes florais e posteriormente pinturas murais, onde santos se apresentavam em meio a belos desenhos nas imponentes abóbadas de aresta.

Após o concilio do Vaticano 2 que refletiu conceitos da igreja e os caminhos a serem seguidos, o templo passou por drásticas transformações no seu interior mudando o seu caráter clássico.

Na década de 80 a igreja sofre uma nova intervenção em seu interior com nova pintura, novo altar mor e padronização dos vitrais.

[ Fonte: Livro Tombo - Texto Autoria: Lucas Volpatto ]

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